domingo, 12 de dezembro de 2010

Quatro dias de música no Martim Cererê



Texto: Vinícius Araújo
Edição: Viviane Maia
Fotos: Equipe de cobertura - Faculdade Araguaia

Só no Centro Cultural Martim Cererê foram quatro dias de muita música, de todos os gostos e estilos. E mais uma vez a Faculdade Araguaia esteve presente nesta 16ª edição do Goiânia Noise Festival com a participação de alunos dos cursos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda, sob a coordenação da professora Viviane Maia.

Os estudantes, com o apoio da Agência Experimental de Comunicação Integrada da Instituição, realizaram a cobertura jornalística do evento por meio de fotos, textos e entrevistas. Pelo segundo ano consecutivo, os alunos acompanharam, de perto, o festival de música que alcança vôos maiores e já se consagra em proporções continentais.

Para quem continua pensando que festival de música independente é sinônimo de heave metal e hardcore, o Goiânia Noise está aí para demonstrar que essa máxima ficou para trás.



Por lá passaram artistas de gêneros variados, como Otto, Cólera, Nina Becker, Mechanics, Black Drawing Chalks, Gloom, Mugo, Violins, Do Amor, Dizzy Queen, Vespas Mandarinas, Música Diablo, Johnny Suxxx and The Fucking Boys, além de atrações internacionais como as argentinas El Mató A Um Policia Motorizado e Cuadros Invitados, a britânica Viv Albertine e a norte-americana The Mummies.

Nessa 16ª edição, a programação mais que chamativa atraiu os olhares de quem está à procura de música boa. Segundo Leonardo Razuk, diretor de Comunicação do Goiânia Noise e sócio da Monstro Discos, a escolha de atrações é feita com base no que houve de mais relevante no cenário musical ao longo do ano.

“Nós fazemos uma análise dos trabalhos mais marcantes do ano e convidamos as bandas para se apresentarem. Com a Dizzy Queen, por exemplo, nós recebemos o material que chamou a atenção e então resolvemos apostar. Outro cuidado que a gente tem é com a diversidade de estilos”, explica quando perguntado sobre a programação.

Para o músico João Punk, da banda Lobinho e Três Porcão, o Goiânia Noise merece todos os méritos. “O trabalho dos meninos da Monstro Discos é inegável. Eles realmente tiveram um papel muito importante, porém, o que falta para Goiânia se consolidar é lançar uma banda de peso, que ganhe, de fato, espaço no cenário nacional. E, não tem como negar que todo mundo quer fama”, pondera.

No primeiro dia, uma das atrações mais comemoradas, com certeza, foi a que encerrou a noite e contou com a junção de músicos pra lá de talentosos. Macaco Bong e companhia – nada mais nada menos do que o naipe de metais dos Móveis Coloniais de Acaju, vindos direto do Distrito Federal; Vitor Araújo, de Pernambuco; e Jack, da mineira Porcas Borboletas – levaram o público ao delírio e provocaram euforia em quem acompanhou a apresentação.

No segundo dia, quinta-feira, a UnConvention levou aos palcos do Cererê só bandas goianas. Nada mais normal que dedicar uma noite à galera que ajuda a defender o título de Goiânia como capital do rock de garagem. Nesses 16 anos de Noise, os grupos locais sempre tiveram papel importante no sucesso do festival.



O terceiro dia foi de expectativas para o pessoal que esteve presente. As atrações da noite foram aguardadíssimas. De Pernambuco, Otto veio para o Noise com o objetivo de retornar aos festivais independentes. O resultado foi um teatro mega-lotado. O público – delirando – cantou junto e mostrou mais que animação quando o artista resolveu dar uma canja no meio da platéia.

Os sempre aguardados goianos do Black Drawing Chalks também foram responsáveis pela formação de um aglomerado de fãs. A banda goiana ficou super badalada no ano passado depois de ser indicada ao Vídeo Músic Brasil e ganhar matéria especial na revista Rolling Stone Brasil.

Na mesma noite, Nina Becker aterrissou em Goiânia para uma apresentação que demonstrou toda a sua desenvoltura como intérprete da boa música popular brasileira. Que doçura de voz essa moça tem!

A quarta e última noite no Martim Cererê teve a predominância de bandas paulistas – seis no total – além das apresentações da sempre agressiva Mechanics e de uma das apostas da equipe do festival: Dizzy Queen.



No sábado houve ainda o show da banda carioca Do Amor, que é uma junção de músicos experientes - Marcelo e Ricardo são integrantes da banda Cê que acompanha Caetano Veloso há 3 anos e Gabriel Bubu foi baixista do Los Hermanos – e vem fazendo sucesso no cenário independente ao lado de outros artistas, como Nina Becker, Jonas Sá e Rubinho Jacobina.

No domingo, 21, ainda sobrou fôlego para uma tarde de performances na Ambiente Skate Shop e para o super aguardado encontro de Gilberto Gil com os goianos do Macaco Bong. O show inédito trouxe o ex-ministro da Cultura de volta aos festivais, que no passado o consagraram como tropicalista.

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